Música, letra, imagens e vídeo: Fredé CF (captação, edição e mixagem D.I.Y. - tudo feito pelo celular).
“Valdez, enquanto todos estão cheios de certezas, eu duvido mais e mais de tudo o que me circunda. Não sei de nada sobre as coisas ou sobre as pessoas. E, vamos ser sinceros, ninguém sabe nada sobre o mundo, sobre nada. O que está de fora de nós? O que penso, por exemplo, vem de mim ou vem de fora? O que sinto e experimento do mundo com meus limitados cinco sentidos (CINCO, apenas cinco!) de onde vem? Do mundo? Ou de mim mesma? Papilas gustativas...vinhos tão caros pra eu mesmo dar-lhes sabor! Estou muito ocupada tentando saber pelo menos um pouco sobre mim mesmo. Não tenho muito tempo pra gastar me (pre)ocupando com a vida dos outros. O tempo é precioso, meu amigo, não devemos perdê-lo com bobagens. Melhor pensar sobre ideias...e lembrar de anotar os pensamentos, pra não esquecer depois. Ideias é que valem alguma coisa. Ideias mudam o mundo! E o mundo está precisando de uma mudança de rumo, de uma sacudida, sabe?! Somos feitos de poeira cósmica. Vivemos pra brilhar, não pra morrer de tristeza. Ainda somos um pouco humanos e isso ainda é o que salva. Isso é o que nos faz ‘Ser’. Honremos a isso. Brindemos a isso! É preciso a(r)tear fogo nesse sistema podre e sem vida que nos transforma em máquinas. Vivemos em bolhas sem imaginação, sentimentos e pensamentos próprios. Máquinas solitárias sedentas por boletos. É preciso enxergar e ir além. Além do ordinário. Além da prisão sufocante das redes telemáticas. Estou trabalhando em um projeto de resistência anti-mekHanTrópica, Valdez, mas não posso falar sobre isso agora...desconfio que há muita gente aqui! Talvez você não esteja vendo. Mas sinto que pode ser que tudo isso esteja sendo controlado por alguém...toda essa nossa conversa. Criada por alguém. É preciso cautela. Desde antes da grande pandemia que a tecnologia tem dado saltos inimagináveis em direção ao controle psíquico da sociedade. Atualmente então, estamos ferrados! Talvez sejamos parte da narrativa de alguém que não sabemos nada a respeito. Talvez estejamos vigiados agora, nesse instante, por pessoas que não sabemos nada a respeito e que mesmo quem criou essa nossa narrativa não saiba nada a respeito. Pessoas em outras dimensões que, imagine só, talvez nos observem por plataformas de vídeos on-line, cada um de suas casas, ávidos por certezas sobre quem nem conhece ou sabe a respeito. E mais ainda: imagine só se, por um acaso, formos apenas personagens aleatórios nas descrições desses vídeos on-line que imaginei?! Personagens que, a princípio, nada tem a ver com o vídeo veiculado. Esse é o absurdo da vida, do universo, da existência. Podemos não ter nada a ver com o ‘vídeo veiculado’!!! Mas, de alguma forma, existimos e precisamos resistir. Talvez, mesmo nessas condições, possamos fazer algum sentido e mudar um pouco pra melhor a vida de alguém, ou a nossa própria vida. É isso! É tudo sobre a vida! A nossa vida! A nossa imaginação! Imaginação é vida! A imaginação é que transfigura o mundo! Por isso eles nos perseguem, porque vivemos! Porque imaginamos! Mas muita calma nessa hora. É preciso cautela, pra que não nos notem. Por falar nisso, preciso ir! Já estamos conversando por tempo demais e pra eles tempo é dinheiro. E dinheiro é vida que alimenta a existência sombria desses canalhas. Um grande beijo, meu amigo, e até a próxima aventura! Nos vemos em breve!”
(Trecho citado nos diários de quarentena do personagem Francisco Valdez como sendo a última conversa entre ele e Carmen, antes de seu desaparecimento em um futuro não muito distante. Porém, vale ressaltar, que ele também não tem muita certeza sobre isso).
Manifesto (anti)MekHanTrópico: https://mealuganao.blogspot.com/2020/01/bienvenidos-la-revolucion.html
Goiânia - Goiás - Brasil
junho/2020.
F. Oak Produções
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