OUÇA O ÁLBUM NO PLAYER ABAIXO:
MekHanTropia
foi todo composto, gravado, mixado, finalizado e produzido pelo smartphone
(inclusive os videoclipes) no bunker de Fredé CF, em Goiânia – Goiás - Brasil,
durante a pandemia de COVID-19 (2020). Captado apenas com o microfone do fone
de ouvido, tem as letras, música, voz, violões, baixo, percussão, samplers e
vocais realizado por Fredé CF em uma produção completamente D.I.Y. autoral. OUÇA AGORA AS 10 FAIXAS DE MEKHANTROPIA CLICANDO AQUI OU NAS IMAGENS DESSA POSTAGEM.
A obra, lançada
dia 26/06/2020 (sexta-feira, 666) pelo selo Two Beers or not Two Beers, conta com impactante projeto gráfico e arte da capa e do encarte feita pelo glorioso artista multimídia e professor Edgar
“Ciberpajé” Franco, que também teve participação mais que especial em quatro
faixas com seus aforismos iconoclastas, vocais viscerais e tocando instrumentos
musicais transcendentais mágicos.
O álbum é parte integrante
do projeto musical autoral D.I.Y. solo reflexivo de autotransformação do
artista multimídia/transmídia, professor, doutorando em Arte e Cultura Visual
(UFG) e baixista da banda Cão Breu, Frederico Carvalho Felipe (a.k.a. Fredé CarFeli).
A partir de conceitos que vem sendo trabalhados desde 2019 pelo autor no curso
de doutorado sob a orientação da profa. Dra. Rosa Berardo, a proposta é
refletir sobre o momento atual que vivemos navegando por sonoridades folk-eletro-punk-psicodelico
de trincheira com a intenção de resistir a padronizações e modelos estéticos e
artísticos institucionalizados.
As músicas e vídeos produzidos D.I.Y. até
agora além de serem cruciais como forma de terapia e (re)evolução,
ressignificando aspectos diversos da vida, também são partes do processo de
criação conceitual de um universo ficcional narrativo em progresso.
O álbum MekHanTropia
parte das trevas para a luz, em um processo de autoconhecimento e olhar à
própria Sombra. Ao identificar, reconhecer e buscar entender nossos próprios
sentimentos e ações, podemos transmutar e ressignificar nossa realidade e agir
de alguma forma para evoluir nossa existência em meio à neblina posta do lado
de fora. A saída é sobretudo interna, de dentro pra fora.
As primeiras
faixas apresentam o contexto de dominação MekHanTrópica estabelecido,
evidenciando sensações de medo, ódio, frustração, angústia, invisibilidade, horror
e solidão por meio de uma NecroPolítica nefasta de dispersão institucionalizada.
À medida que o álbum transcorre, inicia-se um processo rumo a autotransformação
e consciência (ter ciência), lançando luz no sentido de compreender, refletir e
ressignificar as Sombras em busca de maior harmonia consigo mesmo. O álbum se
finda em uma proposta de ação Anti-MekHanTrópica: movimentação,
ocupação, união, subjetividade e resistência visando viver a plenitude do “Ser”
e do “Agora”.
É preciso
estarmos fortes em nossas raízes e unidos para resistir à tempestade que nos
assola e lutar contra ela. A MekHanTropia nos dispersa, nos deprime, nos
ilude e padroniza para nos dominar mais facilmente. A reconexão é fundamental:
com o planeta e com a humanidade que ainda nos resta. Juntos ascendemos,
divididos caímos. Sigamos na Resistência. Não somos números, não somos
máquinas. Somos Cidadãos! Pela Arte! Pela Vida!
Ouça com fones (stereo).
Ouça com fones (stereo).
Sobre o conceito de MekHanTropia:
Vemos agora
quiçá o declínio de um sonho de liberdade e um blefe de que vivemos em tempos
de maior livre-arbítrio. Há uma alteração induzida de modos como lidamos com o
mundo. Uma inversão de valores acerca de quem somos/éramos em essência e de
como vivíamos em sociedade, frente uma (sub)existência servil e controlada
decorrente de nossa atual relação com o sistema institucionalizado e suas
ferramentas tecnológicas de controle cada vez mais eficazes.
Tal pensamento
induz à uma condição de renúncia a nós mesmos enquanto animais orgânicos,
direcionando-nos a uma MekHanTropia adoecida, em uma cultura que centra
sua intenção narrativa sobre o imaginário coletivo na ideia de superação de
metas, produtividade e desenvolvimento econômico, esquecendo os limites
naturais e as consequências que tudo isso causa. A atual pandemia evidencia
tais aspectos e acentua as dispersões de humanismo que ainda nos restam. Devido
às possibilidades de contágio, são aniquilados encontros e afetos presenciais;
estipulados limites rígidos de contato; e determinadas relações mais intensas
de dependência entre as pessoas e as máquinas. Tudo ainda incentivado visando a
ideia quantitativa de produtividade.
O termo MekHanTropia
ainda vem sendo desenvolvido e aprofundado enquanto conceito no intuito de
transcender a representação do ciborgue, (tido pela simples mistura homem-máquina),
para o processo de transformação do Homem (antropo) em Máquina (Mekhos). Esse
conceito visa nossas relações sociais e também com o meio natural,
aproximando-o ao conceito de “misantropia” – aversão ao ser humano e à natureza
humana de forma geral ou a falta de sociabilidade – bem como as dispersões
causadas pela tecnologia. Assim, um MekHanTropo seria um tipo de
ciborgue destruidor da vida natural (orgânica) e a MekHanTropia uma
indução (ou intenção) causada pelo status quo para o indivíduo se tornar,
ludibriadamente ou não, um MekHanTropo. Esta situação traria recompensas
ilusórias sobre um futuro de falsa utopia, pois, ao invés de harmonizar-nos com
o meio e com o domínio das técnicas, se basearia no luxo, lucro e bens
materiais, o que o torna, de fato, uma distopia causada pela própria vaidade do
MekHanTropo, que abdica de sua vida e se metamorfoseia em engrenagem de
aniquilação a serviço de um sistema seco, sem vida. A palavra "Han"
surge no interior da expressão, como uma homenagem ao pensador “HAN,
Byung-Chul”, crucial para essas reflexões.
Cada vez mais
nos distanciamos uns dos outros e de nossa essência enquanto bicho. Mesmo
conectados globalmente pela rede telemática, nos desconectamos qualitativamente
de nós mesmos e do nosso habitat. Somos aprisionados ao sistema institucional
por meio de falsas “bolhas” de aceitação e aprovação, que induzem ao consumo e
à alienação, fazendo olvidar que vivemos em sociedade. Ignorantes frente as
nossas sombras e com conexões vazias, nos perdemos em nossa vaidade e
menosprezamos a importância de cizânias enquanto válvulas de reflexão em nossas
vidas. Pior que nos desconectarmos é a consequência que isso gera. Nos
aniquilamos diante de falsas promessas de felicidade fundamentadas no “ter”
acima do “ser” pelo universo fantástico e padronizante da publicidade e das
redes sociais. Somos cada vez mais aniquilados em nossa unicidade enquanto ser.
O cenário atual,
com a emergência de absolutismos, neofascismos e fundamentalismos, mostra-se
crucial para o autoconhecimento. Não no sentido restrito do conhecimento da
personalidade consciente do "eu", mas de forma a lançar - como aponta
C. G. Jung - luz em nossos lados obscuros (conscientes, inconscientes,
individuais, singulares) e entender que eles também fazem parte de quem somos,
estamos e nos tornamos enquanto seres humanos, animais.
A arte, nesse
sentido, manifesta muitos desses processos do inconsciente, tornando-se, a
partir de seus processos criativos e rituais de (re)presentação, uma excelente
via de resistência anti-MekHanTrópica pela vida orgânica que ainda nos resta
mas nos escapa cada vez mais.
Vídeos para ir além
e aprofundar na obra:
https://www.youtube.com/watch?v=yQtOkUvuBkQ&t=1s
https://www.youtube.com/watch?v=8oO2JQJ90MY
https://www.youtube.com/watch?v=SsfybsEG0WA
https://www.youtube.com/watch?v=85bO8ZFvLjk&t=102s
https://www.youtube.com/watch?v=904VaAYn_CE&t=28s
https://www.youtube.com/watch?v=3VjBH9zDx98
"A utopia
da natureza é a nossa distopia, e vice versa". (Celso Moraes)
Link do BandCamp para acessar o álbum MekHanTropia: https://fredefoak.bandcamp.com/releases
Em breve, o
álbum MekHanTropia será lançado também em formato físico pelo selo TBonTB.
2 comentários:
Parabéns, Frederico. Vi sua mãe barriguda de vc na faculdade. Muito ruído era provocado naquele tempo... Agora vejo essa obra sua .. é a continuidade tão necessária da vida.
Maravilha!!! O ruído está amalgamado na essência (risos). Obrigadão pelas palavras, meu amigo.
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