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terça-feira, abril 04, 2023

[Impressões & Apreciações] Sobre o álbum “Depois do Futuro”, de Fredé CF

 


Ouça o álbum em: https://fredecf.bandcamp.com/ e em https://www.youtube.com/@fredecf/videos

Olá pessoal, tudo joia? Fiquei muito feliz com a repercussão e comentários sobre o álbum “Depois do Futuro”, que lancei na quarta-feira de cinzas desse ano (22/02/2023). 

Leia abaixo alguns relatos sobre as impressões e análises que o álbum gerou:

Roberto Franco - linguísta e culinarista – São Paulo, SP: 

Só consegui ouvir o disco hoje, correria danada esses dias. Vou comentar por escrito para não deixar nada de fora. De início é o meu favorito da série. Disparado. A mixagem ficou muito agradável, mais pop e acho que valorizou tudo, instrumental e vocal. Seu vocal está claro, afinado, impostado, impecável. Esse caráter mais experimental também me impressionou bastante porque ele é presente por si só mas ainda sim é muito palatável, não causa o incomodo proposital de outras obras suas, no auge da fúria antifascista. Remete mais a psicodelia 60's e creio que isso amplia muito o alcance a ouvidos mais convencionais. Também gostei muito da temática, por ser um encerramento de alívio da sombra apocalíptica do bolsonarismo, o que transita muito com o espírito do tempo, no consciente coletivo geral. E é claro, traduz bastante também o momento de transformação que você mesmo vive. Uma obra universal, tanto quanto as outras.  Mas essa, além do alívio social, da luz no fim do túnel para a nação, também cria uma travessia, íntima. Contrastante, porque no inferno que antes era fora agora é dentro. Que se mostra nas reflexões mais existenciais e filosóficas sobre um eu-lírico que trata de si, mais do que do mundo. Mas não traz desesperança. Ao contrário. Entre o alívio coletivo e as trevas pessoais, o fio que conduz o ouvinte é otimista. Em si, entendi como um álbum que fala de amor, de esperança e de ciclos. Do mundo que é o palco e, sobretudo, do eu-lírico em sua existência individual. Menos MekHanTropia e mais Fredé. Não desmerecendo as obras anteriores, essa, dentre todas, é a que mais merece o prêmio. Seja por indicação ou reconhecimento de crítica. Mandou bem demais! O caos nunca tem fim, antes coletivo hoje individual. Mas da estética sonora, das melodias e sobretudo mensagens, o que se destaca é o caminho da esperança, desafiadora pelos medos do futuro social e das lutas individuais. Nota 10! Para a média de produção fonográfica goiana em momentos de coração partido, você foi quase um Zeitgeist da Era de Aquário (risos). A reta está ascendente na cronologia dos álbuns. Esse para mim ficou uma pepita de ouro, no tom certo da melancolia e energia. Sem falar na mixagem que é um destaque”.

Clique nas imagens da postagem para acessar "Depois do Futuro"


Ciberpajé (a.k.a. Edgar Franco) - artista transmídia, pesquisador e professor - Goiânia, GO:

"Acabo de concluir o meu primeiro mergulho imersivo nesse novo e instigante álbum sonoro-poético-astral criado pela mente sagaz, inquieta e privilegiada do grande poeta-musicista e artista transmídia Fredé CF. Ao fruir "DEPOIS DO FUTURO", confesso que mais uma vez fui surpreendido por uma obra inovadora que desloca-se do espírito cancioneiro-violonista do musicista para investir de maneira mais intensa nos experimentos sonoro-digitais com ecos de Pink Floyd (Ummagumma), Kraftwerk e Tangerine Dream, tudo isso embalado em uma poesia singular, baseada no criativo e pungente universo de ficção científica MekHanTropia, uma elegia da aceleração do binarismo anticósmico, contextualizada com grande conhecimento e sagacidade sobre os meandros de nossa existência oprimida pela hiperinformação. Com essa viagem sonoro-poética-conceitual-reflexiva Fredé CF se instaura como um dos nomes mais importantes da música experiencial e psicodélica-experimental do centro-oeste e do Brasil. Sua já consistente discografia merece ser experienciada e conhecida por todos aqueles que aceitarem o desafio estético de serem surpreendidos pelo inusitado e iconoclasta projeto musical engendrado pelo artista. Concluo ressaltando que "DEPOIS DO FUTURO" não é uma obra que pode ser experienciada como pano de fundo de outras atividades na vida estafante da autodestruição imposta pelo hipercapital que tornou-nos obcecados com a hiperprodutividade. Desligue o celular, apague as luzes, feche os olhos e permita-se mergulhar no universo sonoro cósmico dessas 11 faixas, após a experiência te garanto que você não mais será o mesmo".

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Raquel Freitas - comunicadora - Goiânia, GO:

Depois do Futuro é um álbum que fala das emoções, da beleza da vida e de como encaramos os nossos processos evolutivos. Exalta a necessidade humanística de dar um passo à frente. Confesso que não foi tão fácil mergulhar nesse mar de emoções. Perceptível a forma como o emocional sobressaiu o lado racional o que resultou num trabalho muito complexo e ao mesmo tempo, graciosamente belo. Encantador! Procurei com bastante destreza e leveza me aprofundar em suas emoções para conduzir a resenha deste álbum da maneira delicada e empática que ele merece, e a partir de então, tentei extrair minhas impressões sobre esse tão imersivo projeto.  Então, vamos à resenha?

Ahhh, o tempo! Quem somos nós contra ele? Ninguém! Ele é implacável. O ano é 2023. A data 22 de fevereiro. O dia quarta-feira. DE CINZAS. E foi numa Quarta-Feira de Cinzas que Fredé CF inaugurou o portal de um novo começo. Tão cheio de expectativas a procura do equilíbrio, através dos recomeços, presenteando a todos que admiram a sua arte: O lançamento do seu décimo álbum: DEPOIS DO FUTURO. O álbum que de cinza só tem a quarta-feira, explode em vivacidade e sentimentalismo em faixas que possuem uma sonoridade que encanta e fascina. O grandioso projeto sonoro, apresenta toda a musicalidade de Fredé CF em uma frequência rítmica que se intercala entre o vocal e o instrumental, tamanha liberdade e maturidade artística. Para mim, foi perceptível referências de projetos anteriores como Canúbis, além de Kraftwerk e Kid Abelha. O álbum alia a plena transmutação de Fredé CF, reconhecendo seu lado mais imersivo e intimista que se desenvolve no decorrer dos meses, das semanas, dos dias... a fase introspectiva de todo ser humano é revelada por meio dos acordes musicais e das façanhas do tempo que nunca para. O tempo que é sempre presente e que de tão democrático, chega a um patamar onde é impossível cessá-lo. Será? E durante esse período contínuo, tão permanente em nossas vidas, pisamos no freio do tempo. Paramos por 40 minutos. Cessamos o tempo para contemplar as faixas desse projeto sem um pingo de moderação. O que será que vem DEPOIS DO FUTURO? Você não sabe? Eu também não sei, mas Fredé CF nos convida a descobrir junto com ele essa incógnita atemporal. Bora lá? Segue o faixa-a-faixa do álbum:

FAIXA 1 - P(SICK)HUMANCRON: O tempo começa sua contagem regressiva por aqui. A faixa que abre o álbum Impressiona pela diversidade de sons. A voz robotizada e automaticamente comandada que ecoa ao fundo, muito me lembrou Kraftwerk. A voz se funde com indesejáveis contrações involuntárias: uma tosse bastante incômoda que se junta a barulhos efervescentes, borbulhantes que incansavelmente tentam expelir o que adoece o corpo, a alma e o espírito. O som como testemunha da DOR humana.

FAIXA 2 - MALWARE H6N66: O que fizemos no espaço-tempo? Ouvimos Malware h6n66. Nesta faixa, O barulho do vento e os caprichados arranjos do violão transitam por toda a faixa com se tentassem suavizar o som que exprime o peso da ganância. Os interesses financeiros como prioridade vital. A ambição sem medida ao ponto de se tornar exploratória. A adoração pelo poder e pelo dinheiro que nos enoja diante da atitude arrogantemente capitalista que permeia a mente de alguns humanos. 

FAIXA 3 - LIMBO (Nos olhos do cão): O tempo é relativo e nesta faixa além de relativo, o tempo musical de 04:48 é também completamente instrumental. E que instrumental, viu? A introdução me traz aquela sensação daquelas lindas paisagens que assistimos em filmes medievais. Pura sensação de leveza. Já no restante da faixa, as cordas do violão flui musicalmente por nós. Ma-ra-vi-lho-so!!

FAIXA 4 - SONHOS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO: O tempo é curto assim como essa faixa, onde é nítida a afirmação de algumas de nossas certezas. Os arranjos iniciais muito me lembraram Kid Abelha. A música é pequena nos versos e gigante nas reflexões. Fredé CF poeticamente recita 4 versos de cartazes de lambe-lambe que foram espalhados na praia da Joaquina em Florianópolis (SC), que nos remetem a muitos questionamentos todos repletos de muita verdade, indagações e belas afirmações. O videoclipe dessa música também ficou genial com uma estética visual bucólica e poética. Para quem ainda não assistiu, fica a dica!

FAIXA 5 - VIDA (O imutável perece): Aqui o tempo não para. A frase sobre o tempo é uma referência a canção homônima de Cazuza, que aqui se aplica muito bem por conta de toda construção narrativa dessa música. A introdução muito me lembrou Kraftwerk. A mistura rítmica entre o vocal, o instrumental e o experimental e assim como essa mudança rítmica, vivemos a necessidade incessante de mudar. Renovar. Recomeçar. Se mover. Jamais estagnar. Transmutar. Literalmente não parar no tempo.

FAIXA 6 - GAIA: O Tempo voa. E como voa! Nesta faixa, pude perceber influências de trabalhos anteriores, como o álbum Canúbis, lançado em fevereiro de 2022. Uma maravilhosa releitura, com as devidas e pertinentes adaptações, conta com a participação mais do que especial de Letícia Guelfi nos vocais, e do professor e artista transmídia Edgar Franco e seus maravilhosos instrumentos mágicos. A faixa 6 estabelece uma conexão entre o humano e a mãe natureza. A essência primordial de onde viemos e de tudo que nos circunda. A contemplação da beleza desta vida. 

FAIXA 7 - (DES)AFIXIA (DEPOIS DO FUTURO) : O tempo passa. Até ultrapassar o futuro. Com participação especial do guitarrista Gustavo Ponciano, iniciaremos a análise da faixa título com as seguintes perguntas: O que antecede o passado? O que nos apresenta o presente? O que temos depois do futuro? A faixa título deste álbum nos responde a esses questionamentos através do trecho do livro “Depois do Futuro” de Franco Berardi, lançado em 2019, que ressalta a velocidade das coisas, das pessoas, das comunicações. A tristeza em meio o fanatismo dos alienados. A beleza da vida, da poesia, da autonomia. É a arte e o tempo que urge, que surpreende, que transforma, que...TOCA! Sensacional!

FAIXA 8 – PARA TODOS E NINGUÉM: Há tempo pra tudo, inclusive para recitar o amor em todas as suas esferas. O amor que justifica os atos, se apresenta nos espaços, se integra na imensidão da alma. O amor de sentimentos dilacerados, o amor que dá cor a vida, que é pura arte. Eu literalmente estou amando essa música e por tamanha expressividade na força desse lindo sentimento, é a minha preferida do álbum. Foi amor à primeira ouvida (risos)!

FAIXA  9 – AYLA (SOBRE O BRILHO DO AMOR): O tempo cura tudo. Na faixa 9, Fredé CF poeticamente retrata as diversas faces do amor. A ascensão. O perdão. Dores. Sonhos compartilhados. Memórias. Uma música. Uma poesia. Grandes significados. Há muita sensibilidade poética aí dentro. Coisa linda de se ouvir!!

FAIXA 10 – REFLUXO (DOS ABISMOS) – O tempo é o senhor da razão. E na faixa que fecha o álbum, Fredé CF, coloca para fora, ou melhor, expõe através dos versos os seus sonhos e sentimentos mais paradoxais em consonância com o momento presente, com memórias passadas. Dores do ser humano em sua essência que busca em todos os sentidos, depois do futuro e após as tempestades, uma forma de ser valorizado, reconhecido e validado.”

Clique nas imagens da postagem para acessar "Depois do Futuro"


Gazy Andraus - artista transmídia, pesquisador e professor - Ituiutaba, MG:

"Mais uma obra interessante e instigante que mescla sons musicalizados entremeados a falas de reflexão dentro do universo da MekHanTropia, criado por Fredé CF. O autor é doutorando pelo PPGACV FAV-UFG, e neste novo álbum traz convidados que instigam mais ainda seu universo. Dou um destaque para a faixa “9 - Ayla (Sobre o brilho do amor)”, cuja introdução sonora me lembra musicalidade atmosférica arábica. Vale conhecerem e ouvirem!" 

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 Cida Mendes - atriz e humorista - Paracatu, MG:

"Só hoje ouvi tudim com fone pra sentir bem seu som… Já ia dizer que é um universo novo, mas de ‘uni’ não tem nada! A coisa vai passando assim da música pra poesia e pra um lugar desconhecido. Adorei a experiência de ouvir 🎧… Devia ir pras escolas...já pensou?"

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Sobre o videoclipe "Sonhos para adiar o fim do mundo":

Amante da Heresia - artista transmídia, pesquisador e professor - Brasília, DF:

"muito massa a poética visual de um olho que vaga até ser intimado ao final a responder sobre a eminência do fim do mundo. há 523 anos nossos intrapocalipsianos! nos impuseram um apocalipse. mas resistimos. e na resistência surge essa sabedoria krenakeana com temperos frederinos! tenhamos ideias, sonhemos e realizemos poesia para que o  fim do mundo seja adiado. não o mundo do capital, pois este queremos é acelerar seu fim que tb é eminente! parabéns grande fredé continuemos!"

Daniel Cardoso - artista visual e funcionário público - Goiânia, GO:

"Parabéns Fredé. Ficou muito bom. Disruptivo, assim como o álbum! A realidade nos torna estáticos. Sua busca em transcender essa realidade inspira e movimenta."


Links para contato e para conhecer e aprofundar nas obras do universo de MekHanTropia:

Youtube: https://www.youtube.com/@fredecf/videos

BandCamp: https://fredecf.bandcamp.com/

Instagram: @fredecf

Blog: http://mealuganao.blogspot.com/

e-mail: fredcfelipe@gmail.com


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2023