Me Aluga Não!

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Goiânia, Goiás, Brazil
um entretenimento barato. Agite antes de usar. Não jogue fora em vias públicas. Mantenha a cidade limpa. Desculpe pelo transtorno. Os benefícios ficam.

terça-feira, agosto 26, 2008

Cerrado


Alterado
Modificado
Diferenciado

Substâncias coloridas que influenciam o fluxo
Noites e dias que trazem distúrbios

Tempo seco
Empoeirado

Névoas vermelhas estancam o sangue branco já jorrado
Noites frias
Lábios trincados

Olhos rachados
Peito estourado

Vida vazia
Cotidiano marcado

Destinos
Caminhos
Desvios

Tudo esburacado
Todos embasbacados
O deserto me faz escravo.

Trilha do Inferno


Um nome ao sentimento
A estranheza situada
Na carne (e músculo) rasgada
No peito o ódio escorrendo

Algo em si desconhecido
Uma noite e um dia em lamento
Um profundo sentimento
Na alma aborrecido

Desvairados cães por tudo assopram
No inferno, a postos, nos respiram
No prazer de um calafrio
A luz baixa me incomoda

Duas covas e um vinho
Uma mesa esverdeada
Em um canto encurralada
A vida a beira do abismo

Escolhas mal fundadas
Sob a dor de uma escalada
Tenebrosos maltrapilhos
Dão lugar ao meu sorriso

Em um próximo desafio
Desencantos rápidos e tardios
Me transformam com frieza
Em um homem doentio

Parecendo um Quimba


INFERNO!
DESGRAÇA!
ME DEIXE EM PAZ!

ACORDADO AS 10 DA MANHÃ!
NÃO AGUENTO MAIS!

Cegueira


Como toda noite, chovia no centro da cidade. A inquietude e agonia ecoavam no ar provocando sensações de letargia aos andarilhos noturnos da Praça do Trabalhador. Algo estava prá acontecer mas ninguém sabia o quê.
Os estabelecimentos encontravam-se fechados e silenciosos como um assassino em seus melhores fluxos de sobriedade. Um clima morto e pesado, onde mendigos e cachorros passam ao seu lado e nada dizem, a não ser ‘bom dia’.
Em qualquer momento se pode ver travestis e prostitutas, desde que esteja tarde o suficiente para tais seres se embriagarem de luxúria e abandono.
Aquela sensação cortante, de se sentir sozinho e abandonado em meio a tanto medo; medo de enlouquecer o mundo e a si mesmo; medo de querer sair andando como um louco e não conseguir por estar completamente chapado; medo de infringir a lei e ser pego por supostos ‘aplicadores’ da mesma, frios e agressivos como um carrasco no dia da execução de sua mãe.
Sombras se moviam às suas costas e começaram a atiçar seus sentidos. Nisso, a inquietude o abraçou de vez fazendo-o levar a mão ao bolso e acender um cigarro para controlar sua ansiedade que muitas vezes o levava a comer suas unhas e, até mesmo, suas bochechas. Um ser aterrorizante se formava fruto de uma sociedade dividida em nichos e preconceituosa em relação aos andarilhos noturnos que ali trafegavam. Uma sociedade onde o medo de morrer não dava chance de viver a vida com intensidade; uma sociedade onde o lixo é jogado nos cantos para que possamos dormir sobre ele; uma sociedade tão calma e pacata que as vezes nos perdemos em nossas próprias ilusões e esquecemos de nos ver dentro do espelho.

Versos Doentios


Sombrios são os cantos dessa cidade
Sombrios como as vozes em minha cabeça
A morte chega sem pedir licença
A dor na espinha sentida enquanto caminho

Sombrios são os bares freqüentados
Bares que trazem felicidade
Bares que não se importam com quem sou
Bares que se importam com que bebo

Bebo prá amenizar o tédio
Já que eliminá-lo é impossível
Bebo pro mundo girar mais rápido
Bebo pro inferno me levar

Sombria é a luz sobre o muro
Sem luz não há escuridão
Sem escuridão não há vida
A luz é a morte

Não é com boas intenções que se faz uma grande arte
Fiz muitas coisas boas que me deram prejuízo
Fiz muitas coisas más que me deram lucro
Essa é a lógica do sentido

Minha barba está tão sólida que parece anterior ao rosto
Meu rosto já não é o mesmo
Sou alguém que eu não deveria ter visto
Alguém que não deveria rever
Você gosta de sangue mas é vegetariana
Você fala comigo por não ter nada a dizer

Loucura sem Razão - Parte III


A vida tem duas etapas:
O sonho e a realidade.
O sonho é criado em sua mente
A realidade cria sua mente
Como deus e o Diabo
Distintos como garfo e Faca
Mas completando-se mutuamente
Ying/Yang
Buceta/pau
Sonho/realidade
Administrando a realidade visando o sonho
Cultivando o sonho e morrendo na realidade
Uma sensação de que nada existe sem propósito
Como amar alguém sem amar a si mesmo?
Seu mundo só existe com você.
A lisergia de viver unida à razão de sonhar
Um poema onde não há nada a se falar.

Loucura sem Razão - Parte II


Agora já não indago
Agora soluciono
Quando dói, percebes que estás vivo
Não existe dor sem cura
Não existe o seu mundo sem você
A percepção se dá por meio da evolução
Evolução interior
Evolução superior (ou inferior)
Inferioridade da razão
A razão existe dentro de sua mente
(cada um tem a sua)
Disposição prá pensar
(cada um tem a sua)
Disposição prá evolução
(cada um tem a sua)
Não sou um Neanderthal
Não sou algo normal
Ninguém mais me espanta
Não se pode ganhar todas
Mas nem sempre perder é ruim
Os dias passam e você nem vê
Existir não pode ser confundido com viver

Loucura sem Razão - Parte I


Apresso o grau
Subo à mente
Exploro a dor
Me decomponho por dentro
Caminhos sem rumo
Rumos sem caminhos
Um bêbado em abstinência
Um louco sem razão
Avisto uma luz
(uma possibilidade)
Uma tartaruga me ultrapassa na linha de chegada
Eu mesmo tropeço na linha de chegada
Sou algo em trânsito entre a loucura e a lucidez
Algo em torno de histórias já vividas
Como um cão sem rumo cheirando lixo
Mas tudo muda
Tudo deve mudar
Como amar alguém sem amar a si mesmo?
O tempo cura
Se renovando as coisas se ajeitam
Não se pode prever, só nos resta esperar
Iconoclastas e Idealistas em debate
Acirrando a loucura sem razão
Mas essa noite a vida continua...quem sabe?