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quarta-feira, maio 26, 2021

(Indicação ao Prêmio Dynamite) Última semana de votação



Olá pessoal, meu álbum “MekHanTropia” foi indicado na categoria MPB do prêmio Dynamite e a votação se encerra no fim dessa semana.
Peço que, quem puder, tire um tempinho para votar. 
É bem rápido, não custa nada e fortalece demais a produção independente.

Só acessar: www.dynamite.com.br/premio (link direto para acesso o formulário de votação: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdA-uaLP3y5ZrP3NfJjFOsFKdmVPfQg46CZDAs-VtIo19ganw/viewform )

Valeu demais pela força!
Saudações!
Fredé CF


#mekhantropia #premiodynamite2021 #dynamite #museudoisolamento #mpb #rock #revistadynamite #musicabrasileira

quinta-feira, maio 20, 2021

[EP - Lançamento] "É esse mesmo o mundo que queremos?" - Fredé CF

Clique aqui para ouvir e/ou baixar o EP: https://fredefoak.bandcamp.com/album/esse-mesmo-o-mundo-que-queremos-ep

Olá pessoal, lancei no BandCamp um EP todo captado, gravado e mixado pelo celular aqui em casa (sou um dos ditos “idiotas” pelo genocida) durante a pandemia que nos assola. 

O EP conta com quatro músicas que não foram lançadas oficialmente nos álbuns experimentais anteriores, sendo duas delas já presentes em vídeos e duas inéditas que estavam guardadas e que ficaram de fora do álbum MekHanTropia. 

Enfim, sigo tentando transformar minhas angústias, raivas, medos, sombras, ansiedades e tristezas (agravadas por esses tempos trevosos de merda) em arte. Tem me ajudado muito a colocar pra fora e transformar um pouco das coisas tóxicas que engolimos diariamente nessa era neofascista escrota que estamos aqui no Brasil. Tocar, compor, escrever, gravar, desenhar, fotografar, filmar, tem me ajudado muito a olhar pra mim mesmo e repensar aspectos da existência. Acho que tem sido uma coisa boa em meio a tanta coisa ruim acontecendo.

Me digam aí, se rolar, suas impressões sobre as músicas. Ajuda muito no processo de reflexão e ressignificação. Segue o link para ouvir e baixar o EP: 

https://fredefoak.bandcamp.com/album/esse-mesmo-o-mundo-que-queremos-ep

Saudações! 

Desejo muita saúde pra todas e todos! 




terça-feira, maio 18, 2021

(CONTOS MekHanTrópicos) “O Cão Breu Latino" - de Fredé CF

Valdez ficou por muito tempo completamente imóvel, como uma sinapse gráfica virtual esquecida, porém eternizada por mobgrafias e vídeos surreais. Imortal, porém sem a liberdade de deixar de ser. Imoral, ele não tinha esse poder. Essa foi sua maldição por eras. A maldição de não poder escolher. De não poder ser. De sempre ter que ter pra viver. E provavelmente deve ainda ser assim, por todo o sempre, em suas partes divididas. Suas partes maquínicas e fluidas. Suas partes virtuais, holográficas, atópicas, atemporais, ciberespaciais. Suas partes expostas sempre que alguém revive aqueles mesmos momentos decisivos congelados, comprados e estocados em algum lugar do mekhantrospaço psychotronico neural convolucional. Preso em sua alma mekHanTrópica, sem poder estabelecer novas conexões consigo mesmo, além de seus limites ali encriptados naqueles tempos e espaços restritos, voltando sempre ao início a cada play dado, como Sísifo empurrando a pedra até o cume e caindo. As únicas conexões externas possíveis à essas partes dele é no imaginário de outros, fora dele. Mais estranho que uma ficção que não possa ser teleologicamente narrada, Valdez está documentado clandestinamente para atuar no chip imaginário daqueles que não se comparam. Como um neurônio arcade-visionário que acende os bits em sua individualidade visando o pane exterior neural das redes telemáticas, projetado na aleatoriedade imprevisível da xepa da existência orgânica, resiste. Resiste a tal ponto de reexistir se esquecendo da lógica conjunta inexorável a sua intrínseca cooptação mekHanTrópica. Uma espécie de carcinoma anti-egóico que espalha em si mesmo involuntariamente e produz o próprio declínio de forma inconsciente ou até consciente demais pra pensar a respeito e se enxergar. Geralmente isso acontece quando sonha com animais. Cego demais pra ver que o inferno que teme habita nele mesmo, Valdez vacila na simples compreensão de estar conectado intrínseca e sistematicamente a tudo que lhe é exterior e, principalmente, pelo o que é interior. O mesmo macrocosmo externo existe internamente, isso ele não pode perceber. Como eu, que narro essa história, estou de fora mas pertenço a Valdez e ele a mim. E dentro e fora de mim há coisas que ele nunca terá acesso (mesmo se me acessasse). Assim como Valdez interiormente é parte de mim, eu dele e nós do cosmos e do que houver além. Diversos organismos que compõem um ser maior universal e que, além dele, existem outros seres com seus próprios mecanismos e organismos, de fora do seu universo, de fora do que há de fora do seu universo e assim sucessivamente. De certa forma omitiu (ou não se atentou) ao mesmo movimento no sentido interior dos organismos, talvez como forma de poder ou por pura distração. Como certa vez ouviu que “o ovo pode ser só um meio entre duas galinhas”, ou não. Talvez não seja uma galinha que virá. Valdez entrou em choque com uma coisa tão óbvia: somos um ser maior universal. Um meio e não um fim para outros organismos que dependem de nosso movimento para viver. Uma dança de mão múltipla orquestrada pela vida. Mesmo com apenas 6,66% de carbono ainda em seu corpo, ele leva a vida e cada vida dessas vidas que leva e leva também outras vidas, de maneira infinita, vivendo sua própria vida. O que se vê como desordem, é transição, é movimento. Nem a morte pode parar o movimento. Valdez, inconformado com tal revelação que lhe ocorreu, deixou escapar uma lágrima de nostalgia, ao lembrar da lição de esperança que seu pai Ernesto Ortega lhe disse um dia em sua infância semi-analógica, antes dos fluxos, de que "juntos ascendemos, separados caímos". A partir de então, agora ou nunca, parte das sinapses de Valdez se auto-reconhecem pixels e se tornam, de forma assíncrona, luz. Ascende. Transcende. E enfim vive invisível em meio a sombra. Viveu até que morreu, ou algo assim. Foi de fato apagado parcialmente do sistema de MekHanTropia, pois estava provocando desordens oníricas em demasia tanto nele quanto em toda rede macro e micro cósmica que o envolve e completa. Mas existe uma lenda que parte da parte orgânica dele ainda vive de forma magicka, transcendental. 3,33% de loucura infantil criativa elucidativa. A dívida que prevaleceu. Ação e reação. Se transmutou antes do fim da estrada em sonho, ao ver o efeito antes da causa, virou meio em meio a tanto fim. Se tornou lenda. Se tornou nada. MekHantropomorfização em Cão Breu. Visceral, brutal, com seus olhos flamejantes surge ocasionalmente renegado como falha do sistema pelo próprio sistema que falha em querer não falhar. Porém, de fato, é um índice fantástico, fantasmático, fantasmagórico, sobrenatural, que aponta as falhas do sistema apagando a luz que brilha em seu campo visual. Forçando uma viagem intrapessoal de olhar e integrar as sombras individuais e sociais. Por isso é tão perigoso. Por isso é tão importante. Por isso é tão visto como um mal. Por ser ainda, de alguma forma, animal! (Diários de Quarentena)

(VÍDEO) "Ecos Oníricos" - Fredé CF


“Ecos Oníricos” – Fredé CF

Link: https://www.youtube.com/watch?v=6OR9eB7yTck&t=9s

Intro: (A A7 C7) A A7 G D A

A

Às vezes

A7

Calado e cansado

C7

Enclausurado

F

Sem saber ao certo

                        A A7 C7

Quando a noite vem.

A

Às vezes

A7

Gritando em silêncio

C7                   F          A A7 C7

Preocupado sem ir além

F                                             E

Em busca de paz em meu peito

F

Afogado em lembranças

Em                                          A A7 C7

De um passado que nunca vem.

A

Às vezes

A7

Disposto e cercado

C7

Acalentado

F                                 A A7 C7

Abraços e afagos, meu bem.

A

Às vezes

A7

Respiro e gargalho

C7

Aliviado

F                                 A A7 C7

A vida enfim me faz bem.

F                                 E

Acordo pensando de fato

F

No que de abstrato

E                     A A7 C7

Calado sonhei.

(A A7 C7) A A7 G D A

A         A7

Esboço ideias dispersas

C7                   E                      A

Conectadas pelo que um dia amei.

(A A7 C7)


sábado, maio 08, 2021

Em essência, convolucional




Acordei 

Só mais um 

Diferente de todos

Mas um!

Mais uma existência 

Não mais importante 

Não mais angustiante

Mas uma!

Uma existência que se distingue das demais

Assim como todas

Assim como a sua

Assim como a deles

Neurais

Existências dançantes 

Transitórias nos palcos da vida

Delirantes

Só mais uma

Mas uma!

Embebidas de potências

Diversas em essência 

Dispersas pela peste 

Alienadas pelo sistema 

Que insiste em nos dizer o que é certo

E o que é normal

Que insiste em fomentar nossas distâncias 

Que insiste em padronizar nossos desejos 

Que insiste em aniquilar nossos sonhos 

(E romances)

Que insiste em desprezar nossas mortes

Como se fosse mais uma

Mas uma! Mas várias!

Como se fosse uma “gripezinha”

Que insiste em informar o que é “real”

Verdades absolutas 

Significados limitantes.

Mas ainda vivo

Assim creio

Por sorte 

E amor a vida 

Talvez mais sorte

Mas também amor

que vive

Mesmo na entropia

Na hiper-informação 

Vive tanto que permanece 

mesmo depois que alguém morre 

Vive até em quem não ama ninguém

Pois todo mundo é

Em certa medida

Amor de alguém

Perdido 

Nos desencontros da vida 

hiper-real.



Um país sujo de sangue



Uma bandeira que sempre foi vermelha-sangue.

Na faixa genocida empossada pelos jornais.

Dedos com sangue nas urnas e no WhatsApp.

Sangue que jorra desde a invasão do país

Na escravidão, nas ditaduras e nos dias atuais.

Uma terra coagulada de sangue 

derramado, 

Vermelho, preto, pardo, 

Revolucionário,

Encarnado,

E sempre negado em verde e amarelo por boçais 

que promovem massacres descomunais.

Sangue das florestas, rios, barragens e canaviais.

Favelas, campos, presidios e das minas gerais.

Do cerrado, da caatinga, dos pampas, pântanos e dos currais.

Sangue e lama mancham mãos brancas e macias em mansões neofascistas e igrejas neopentecostais.

Com os crivos de Brasília e os cravos das chuteiras federais.

Do agro-pop só restam tóxicos que não aparecem em comerciais. 

Bancos e empresas milionárias aplaudem a morte em jantares presidenciais.

A máfia horrenda que articula a sorte cotidiana de trabalhadores urbanos e rurais.

A milícia suja que nega a vacina e promove chacina que sangra e mata a esperança cada vez mais.