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quinta-feira, agosto 12, 2021

(RESENHA) Impressões sobre o EP “É ESSE O MUNDO QUE QUEREMOS?” de Fredé CF - Raquel Alves (Comunicadora)

 A comunicadora Raquel Alves de Freitas Nunes escreveu uma excelente resenha com suas impressões sobre o meu EP, lançado em abril de 2021, intitulado “É ESSE MESMO O MUNDO QUE QUEREMOS?”. Ouça e baixe agora o EP em: https://fredefoak.bandcamp.com e leia abaixo a resenha.

Clique na imagem para ouvir e baixar o EP “É ESSE MESMO O MUNDO QUE QUEREMOS?” 


A energia criativa de “É ESSE O MUNDO QUE QUEREMOS?” é encantadora! Um verdadeiro deleite musical.

por Raquel Alves de Freitas Nunes

 

A primeira surpresa foi quanto a capa de “É ESSE MESMO O MUNDO QUE QUEREMOS?” Tenho dois palpites: Lembra tanto um pequi cortado ao meio (sem o miolo) quanto um inseto (Barbeiro ou Piolho) se desintegrando sobre uma superfície amarela, foi o que eu consegui enxergar.

Dessa vez, foi difícil escolher a minha preferida, pois cada uma despertou em mim uma reação diferente, mas com muita intensidade. Fiquei anestesiada com a profundidade da primeira, adorei a fúria da segunda, o olhar crítico da terceira e da reflexão proporcionada pela quarta faixa, mas “COMO SE FOSSE LOUCURA” acabou sendo a minha preferida por "N" motivos. Não desmerecendo as outras, mas o experimentalismo no início deu um toque mais do que especial na música, pois a profundidade da letra trouxe uma identificação com cada um de nós. Tem um ditado que fala que de "médico e louco todo mundo tem um pouco." Além de concordar com esse ditado, estamos passando por  um momento muito louco de nossas vidas, onde às vezes, identificamos que vivemos esses dias nebulosos, COMO SE FOSSE LOUCURA. Os arranjos estão belíssimos e para que ela se tornasse ainda mais especial, percebi uma inspiração kraftwerkiana por aí. A introdução me lembrou muito Trans Europe Express e musicalmente falando, voltei em 1977 (mais especificamente em março de 1977) quando foi lançado o sexto álbum do Kraftwerk com a maravilhosa Trans Europe Express. Sem mais delongas, vamos a análise do álbum.

Clique na imagem para ouvir e baixar o EP “É ESSE MESMO O MUNDO QUE QUEREMOS?” 

ANÁLISE DO EP:

Com uma intensidade musical fabulosa, repleta de letras reflexivas que falam de sentimentos, valores e comportamentos com diversas pitadas de minimalismo experimental, violão, gaita, instrumentos mágicos e outros elementos sonoros, às 04 faixas do EP nos trazem as respostas diante dessa interrogação. A cada faixa desperta no ouvinte as mais variadas sensações. A energia criativa de “É ESSE O MUNDO QUE QUEREMOS?” é encantadora! Um verdadeiro deleite musical. Meu coração, minha mente e meus ouvidos agradecem. Vamos conferir?

FAIXA 1: Minimalista, instigante e visceral. Assim defino COMO SE FOSSE LOUCURA. A faixa inicial deste EP composta com uma sonoridade ímpar, nos traz à tona uma reflexão conflitante sobre a inquietação da vida que pulsa dentro e fora de nossos corpos. A forma como desvendamos nossos pensamentos, nossa realidade, comportamentos, anseios, instintos e defeitos. Versos que afirmam e contrariam a loucura de viver em meio ao caos e ao julgamento alheio passando a criar, de forma imperceptível, um reflexo de si mesmo.   

FAIXA 2: Na faixa 02 deste álbum a palavra GENOCIDA ecoa como um grito furioso, sufocado e agonizante diante de um governo que menospreza a gravidade da catástrofe pandêmica enquanto o seu povo sucumbe nos leitos dos hospitais.

FAIXA 3: Violão, gaita e uma poesia sonora impecável. Assim é ÚTERO EGÓICO. A terceira faixa do álbum é uma resposta perfeita para nossas inquietações. A análise comportamental humana desvendada em sua totalidade na complexidade das ações, dos valores, dos sentimentos, do conhecimento. ÚTERO EGÓICO tem um olhar crítico em meio as experiências vivenciadas. Um processo de evolução contínua traduzido em forma de música o qual meus ouvidos e minha mente agradecem.

FAIXA 4: A última faixa, POST-HUMAN DEPRESSION, é uma reflexão quanto aos limites do excesso. Excesso do uso das redes de sociais e suas consequências. Excesso de vaidade. Excesso de futilidade. A busca incessante do TER descartando completamente o SER, ocasionado por uma carência contemplativa em busca de uma admiração momentânea que nunca substituirá o convívio real onde é possível desfrutar de tudo que nos cerca. O que não podemos nos LIMITAR é em vivenciar as relações humanas. 

Por fim, a forma poética das letras de Fredé CF me lembram bastante as poesias do Violeta de Outono. Vale a pena dar uma conferida! Foi um grande prazer ouvir e contemplar suas músicas. Música pra mim é quase como um remédio. É o meu antídoto diário.


Texto e análise de Raquel Alves de Freitas Nunes - Comunicadora


2 comentários:

Raquel disse...

Professor, agradeço pelo reconhecimento.Mais uma vez lhe parabenizo pela sua obra.Admiro muito a sua arte.

Dr. Fredé CF (a.k.a. Frederico Carvalho Felipe - PhD in Art & Visual Culture - UFG/Brazil) disse...

Salve Raquel! Eu que agradeço pela incrível resenha! Abração!