Acordei
Só mais um
Diferente de todos
Mas um!
Mais uma existência
Não mais importante
Não mais angustiante
Mas uma!
Uma existência que se distingue das demais
Assim como todas
Assim como a sua
Assim como a deles
Neurais
Existências dançantes
Transitórias nos palcos da vida
Delirantes
Só mais uma
Mas uma!
Embebidas de potências
Diversas em essência
Dispersas pela peste
Alienadas pelo sistema
Que insiste em nos dizer o que é certo
E o que é normal
Que insiste em fomentar nossas distâncias
Que insiste em padronizar nossos desejos
Que insiste em aniquilar nossos sonhos
(E romances)
Que insiste em desprezar nossas mortes
Como se fosse mais uma
Mas uma! Mas várias!
Como se fosse uma “gripezinha”
Que insiste em informar o que é “real”
Verdades absolutas
Significados limitantes.
Mas ainda vivo
Assim creio
Por sorte
E amor a vida
Talvez mais sorte
Mas também amor
que vive
Mesmo na entropia
Na hiper-informação
Vive tanto que permanece
mesmo depois que alguém morre
Vive até em quem não ama ninguém
Pois todo mundo é
Em certa medida
Amor de alguém
Perdido
Nos desencontros da vida
hiper-real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário